Aquele Vento…

Que sucedeu à partida

Da terra outrora verde mas da qual só restavam cinzas

Não trouxe o desânimo

A descrença

Não levou o resto da nossa esperança

Pois era um vento fresco

Saudável

Era o vento das boas aventuranças…

Um vento que não fazia esquecer a derrota

Um vento que apenas a amenizava

E que nos segredava ao ouvido

Que há sempre um recomeço

Quando tudo acaba…

Um vento de alegria

Porque não matizava a tristeza

Um vento que nos lembrava

Que alguma coisa vale sempre a pena…

Um vento que nos lembrou que a arrogância dos vencedores

Que nos desdenharam

Não passavam de meras palavras

Tolas

Inconsequentes

Frutos do momento

Ou apenas de alguém que não sabe realmente vencer

E por isso esmaga o perdedor

Porque acha tal

Algo redentor

Esquecendo que o vento que nos tocava

Quando o tocasse

O faria recordar

Que vitórias

Derrotas

São apenas meros momentos

Que passam muito rapidamente

Levadas pelo tempo

O mesmo tempo que nos trouxe

Aquele Vento…

Que nos tornou os reais vencedores

Porque sabíamos que nunca seriamos derrotados

Mesmo que nunca mais alcançássemos nenhum triunfo

Nunca seriamos derrotados

Porque nunca ficávamos demasiado tempo de cócoras

Porque nos estávamos sempre a levantar

Para viver

Para existir

Para sentir

Ou simplesmente para continuarmos a lutar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 30/08/2012
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