Aquele Vento…
Que sucedeu à partida
Da terra outrora verde mas da qual só restavam cinzas
Não trouxe o desânimo
A descrença
Não levou o resto da nossa esperança
Pois era um vento fresco
Saudável
Era o vento das boas aventuranças…
Um vento que não fazia esquecer a derrota
Um vento que apenas a amenizava
E que nos segredava ao ouvido
Que há sempre um recomeço
Quando tudo acaba…
Um vento de alegria
Porque não matizava a tristeza
Um vento que nos lembrava
Que alguma coisa vale sempre a pena…
Um vento que nos lembrou que a arrogância dos vencedores
Que nos desdenharam
Não passavam de meras palavras
Tolas
Inconsequentes
Frutos do momento
Ou apenas de alguém que não sabe realmente vencer
E por isso esmaga o perdedor
Porque acha tal
Algo redentor
Esquecendo que o vento que nos tocava
Quando o tocasse
O faria recordar
Que vitórias
Derrotas
São apenas meros momentos
Que passam muito rapidamente
Levadas pelo tempo
O mesmo tempo que nos trouxe
Aquele Vento…
Que nos tornou os reais vencedores
Porque sabíamos que nunca seriamos derrotados
Mesmo que nunca mais alcançássemos nenhum triunfo
Nunca seriamos derrotados
Porque nunca ficávamos demasiado tempo de cócoras
Porque nos estávamos sempre a levantar
Para viver
Para existir
Para sentir
Ou simplesmente para continuarmos a lutar…