Se me disserem…
Que o sol está errado
Que quando me deito
É hora de acordar
Vejo o tempo do mundo
O tempo correcto
E dos donos das verdades absolutas começo a desconfiar…
Que o vento é um capricho divino
E só aos deuses ou aos seus representantes
Ele costuma ouvir
Tentarei parar à mesma esse vento
Porque a esse tipo de ideias não dou atenção
Nem perco tempo em tal discutir…
Que a norma
Está nos livros
Feitos por outros
Pelas suas vontades
E não foi sujeita a reflexão
E muito tempo a uma cuidadosa discussão
Sei que a norma não é um bem social
E muito menos civilizacional
A norma serve para corrigir
O que quem a escreve
Acha que é excedentário
Está demasiado longe do que acham fundamental…
Que as sensações
Que os sentires
Possuem a mesma utilidade da moda
E por isso é descartável
É passageira
Que realmente não interessa para nada
É apenas uma mera parte do nosso funcionamento
Lutarei contra tal
Sentindo o que digo
Sabendo que a minha luta não desaparece
Mal me fabriquem mais um ideal
Porque sei que as minhas ideias
Tal como as ideias pensadas
Reflectidas
Debatidas
Ao contrário do homem
A ideia é imortal
E a ideia vencerá
Quando passar este vento superficial
Que tomou conta do homem
Que faz com que intuindo estar a fazer bem
Para ele e para os seus
Está a fazer um terrível mal…