Se me disserem…

Que o sol está errado

Que quando me deito

É hora de acordar

Vejo o tempo do mundo

O tempo correcto

E dos donos das verdades absolutas começo a desconfiar…

Que o vento é um capricho divino

E só aos deuses ou aos seus representantes

Ele costuma ouvir

Tentarei parar à mesma esse vento

Porque a esse tipo de ideias não dou atenção

Nem perco tempo em tal discutir…

Que a norma

Está nos livros

Feitos por outros

Pelas suas vontades

E não foi sujeita a reflexão

E muito tempo a uma cuidadosa discussão

Sei que a norma não é um bem social

E muito menos civilizacional

A norma serve para corrigir

O que quem a escreve

Acha que é excedentário

Está demasiado longe do que acham fundamental…

Que as sensações

Que os sentires

Possuem a mesma utilidade da moda

E por isso é descartável

É passageira

Que realmente não interessa para nada

É apenas uma mera parte do nosso funcionamento

Lutarei contra tal

Sentindo o que digo

Sabendo que a minha luta não desaparece

Mal me fabriquem mais um ideal

Porque sei que as minhas ideias

Tal como as ideias pensadas

Reflectidas

Debatidas

Ao contrário do homem

A ideia é imortal

E a ideia vencerá

Quando passar este vento superficial

Que tomou conta do homem

Que faz com que intuindo estar a fazer bem

Para ele e para os seus

Está a fazer um terrível mal…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 25/08/2012
Código do texto: T3848084
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