O estado em que estamos…
Somos reduzidos a nada
Quando dizem que demasiado contestamos
Sentimo-nos nada
Quando o nosso próprio silencio nos incomoda
Chegando então à conclusão d’
O estado em que estamos…
Emitimos uma opinião
Apenas pela vontade de tal expressar
A vontade de para algo contribuir
Mas essas palavras incomodam sempre alguém
Que sem nada para dizerem em sua defesa
Nos acusam de queremos começar uma revolução
Quando o que queríamos de facto
Era alimentar uma discussão…
Recusamos falsos consensos
Paz podre
Ou diplomacia social
Porque sentimos que tal não contribui para nada
Em vez de fazer bem
Só vem fazer mal
E no entanto
Quando atingimos o ponto nevrálgico da questão
Nos acusam de estarmos a desviar as atenções
Ou meramente fugirmos do que é fundamental…
Recusamos aparências em demasia
Recusamos excessos de simpatia
Ou meramente de cortesia
Porque sabemos que esta é forçada
Que só serve para adoçar uma situação
Que é por demais amarga
Só serve para adiar
O diagnóstico
Daquilo que nos entorpece
Daquilo que nos impede de viver
Porque a receita
Todos têm um enorme medo de prescrever
Quando a receita passava simplesmente
Por nos deixarmos de excessivos rodeios
Por sorrisos em demasia
Por teatral simpatia
Quando podíamos fazer tudo isso
Mas de uma forma clara
De uma forma natural
Com firmeza
A firmeza de quem acredita naquilo que defende
E que não importa a fé
E as ideias dos outros
Da maioria
Porque tem medo da sua voz isolada no meio da multidão
Desconfia de si própria
Da sua razão
Quando de facto muitas vezes as coisas começaram a mudar
Quando no meio de uma tempestade
E com toda a tripulação sem saber o que fazer
Apenas uma pessoa notou no correcto ponto de iluminação
Que os guiaria à salvação
Não porque fosse uma visionária
Uma predestinada
Uma eleita
Mas simplesmente porque soube
No meio da cegueira generalizada
Manter a visão…