Guerra e paz...Paz e guerra...
Na paz temos tranquilidade
Temos a segurança
De com tempo algo podermos construir
Mas a tranquilidade
Em demasia
Pode ser perturbadora
E muitas vezes são precisas ruínas
Para ser sentido o que edificamos
Porque ao olhar para a destruição
De uma forma inevitável recordamos…
Recordamos que a guerra
É o reino do caos
É a ausência de tudo
E a prevalência do nada
Mas a ausência
Pode ser uma forma de paz
E a prevalência de algo valioso
Uma maneira de experienciar o inferno
Tudo depende do nosso estado de espírito
Ou da nossa forma de estar
Tudo depende das nossas expectativas
E o que podemos
Ou não
Delas esperar…
Porque às vezes mais vale termos uma guerra genuína
Onde as fronteiras estão bem definidas
E sabemos o que enfrentar
Do que uma paz podre
Onde nada é claro
Onde as fronteiras estão esbatidas
Que só adia o confronto
Ou que nos faz viver numa eterna tensão
Porque vivemos nas aparências
De tentar manter de forma artificial
O que não pode ser mantido
Por gerirmos conflitos
Que nos colocam à beira da explosão
Dado vivermos num estado que se quer perpétuo
De permanente ilusão…
E assim
Mais vale uma guerra clarificadora
Do que uma paz tola
Mais vale por vezes deitarmos tudo abaixo
Para tudo podermos com segurança construir
Do nada
Sem mesmo termos os alicerces
Do anterior estado
Porque estes estão podres
Tudo está contaminado
Sabendo que o que virá
O que virá a seguir
Será algo bem real
Que nos afaste da ilusão
De que a paz
É a ultima solução
Quando uma paz degenerada
Só adia
O que não queremos assumir…:
A nossa implosão…