Guerra e paz...Paz e guerra...

Na paz temos tranquilidade

Temos a segurança

De com tempo algo podermos construir

Mas a tranquilidade

Em demasia

Pode ser perturbadora

E muitas vezes são precisas ruínas

Para ser sentido o que edificamos

Porque ao olhar para a destruição

De uma forma inevitável recordamos…

Recordamos que a guerra

É o reino do caos

É a ausência de tudo

E a prevalência do nada

Mas a ausência

Pode ser uma forma de paz

E a prevalência de algo valioso

Uma maneira de experienciar o inferno

Tudo depende do nosso estado de espírito

Ou da nossa forma de estar

Tudo depende das nossas expectativas

E o que podemos

Ou não

Delas esperar…

Porque às vezes mais vale termos uma guerra genuína

Onde as fronteiras estão bem definidas

E sabemos o que enfrentar

Do que uma paz podre

Onde nada é claro

Onde as fronteiras estão esbatidas

Que só adia o confronto

Ou que nos faz viver numa eterna tensão

Porque vivemos nas aparências

De tentar manter de forma artificial

O que não pode ser mantido

Por gerirmos conflitos

Que nos colocam à beira da explosão

Dado vivermos num estado que se quer perpétuo

De permanente ilusão…

E assim

Mais vale uma guerra clarificadora

Do que uma paz tola

Mais vale por vezes deitarmos tudo abaixo

Para tudo podermos com segurança construir

Do nada

Sem mesmo termos os alicerces

Do anterior estado

Porque estes estão podres

Tudo está contaminado

Sabendo que o que virá

O que virá a seguir

Será algo bem real

Que nos afaste da ilusão

De que a paz

É a ultima solução

Quando uma paz degenerada

Só adia

O que não queremos assumir…:

A nossa implosão…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 23/08/2012
Código do texto: T3844660
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