LAÇOS

Quando a chuva bate no vento

E eu consigo ouvir

Percebendo então

Que há tempos de amar

Há tempos de odiar

Há tempos de partir

E há tempos para ficar…

E a chuva cai de maneira diferente

Cai de uma outra maneira

Porque o vento envia a chuva

Tal como a ti

Para a minha beira…

Onde ecoa o som de uma eterna guitarra

De canções que nos fizeram por elas apaixonar

Ignorando a sua imperfeição

Ignorando que com o tempo essas canções

Seriam um anacronismo

Fazendo-nos esquecer

Que em qualquer canção que nos toca

Há sempre uma frase que fica

E que citamos

Para transmitir da forma mais adequada

Palavras nossas

Mas às quais somos estranhos…

Fazendo-nos reflectir

Que sempre haverá laços

Uns de papel

Outros de ferro

Outros de fogo

Laços destinados a serem desfeitos

Outros destinados a serem preservados

Talvez porque envelhecemos prematuramente

Quando achamos que tudo é perfeito

Que nada deve ser mudado…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 20/08/2012
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