LAÇOS
Quando a chuva bate no vento
E eu consigo ouvir
Percebendo então
Que há tempos de amar
Há tempos de odiar
Há tempos de partir
E há tempos para ficar…
E a chuva cai de maneira diferente
Cai de uma outra maneira
Porque o vento envia a chuva
Tal como a ti
Para a minha beira…
Onde ecoa o som de uma eterna guitarra
De canções que nos fizeram por elas apaixonar
Ignorando a sua imperfeição
Ignorando que com o tempo essas canções
Seriam um anacronismo
Fazendo-nos esquecer
Que em qualquer canção que nos toca
Há sempre uma frase que fica
E que citamos
Para transmitir da forma mais adequada
Palavras nossas
Mas às quais somos estranhos…
Fazendo-nos reflectir
Que sempre haverá laços
Uns de papel
Outros de ferro
Outros de fogo
Laços destinados a serem desfeitos
Outros destinados a serem preservados
Talvez porque envelhecemos prematuramente
Quando achamos que tudo é perfeito
Que nada deve ser mudado…