Canta-me de novo…
Aquela canção da Eternidade
Onde a infância se mistura com o presente
E nos faz deixar de ter medo do futuro
Porque como somos nós que o fazemos
Tal passa por ser uma realidade ausente
A qual nunca iremos temer
Dado querer passar pela vida consciente
E não somente de uma forma vã, aparente…
E assim te peço que te disfarces de sereia
E que me cantes melodias perigosamente sedutoras
Que me levem ao engano
De acreditar que te amei para sempre
E tu a mim
E não apenas por um centésimo de segundo
Enquanto nos despedaçamos nas rochedos
Da nossa incapacidade
Em reconhecer que falhou um sonho
O que nos faz querer evitar a realidade…
Ou então voltemos ao básico
Regressemos ao essencial
Ao olhar primário
Ao olhar primordial
Onde a maravilha de conhecer algo de novo
Nos permite ver o que já conhecemos
Com essa capacidade
Que nos fará transformar vezes sem conta
O que a idade nos faz achar trivial
Achar em tudo
Um encanto que esteja perdido
Que nos vai fazer acreditar
Até ao infinito se consumir
Até ele mesmo se esgotar
Que tudo muda demasiado
Mas no fim de toda esta tempestade
Que é ver os anos a passar de forma vertiginosa
Nada
Acaba por de facto mudar…