O nosso lugar na eternidade…
Não ficará em livros
Que possamos escrever
Ou livros que falem de nós
Porque o tempo é o maior juiz de todos
E com o tempo a passar
Mesmo que digitais
Desses livros nada mais restará do que pó…
Numa pedra na qual gravámos um eventual pensamento
Porque a pedra é forte
Mas nunca consegue resistir à erosão de um suave mas persistente vento…
Em ondas de rádio
Em imagens
Que saíram da Terra
E foram para o espaço profundo
Porque quem as receberá nunca as saberá interpretar
Sendo o que somos nesses sons, nessas imagens
Será uma mera abstracção
Apenas com a vaga ideia de que alguém do outro lado do universo existiu
O muito que fomos não terá o mínimo de uma lógica significação…
Mas o nosso lugar está garantido
Nessa coisa bem vaga que é a “Eternidade”
O nosso lugar ficará na memória de quem nos sucederá
E quem sucederá a essas pessoas
Se a marca que deixámos for nobre
For digna
Se provar que a nossa existência teve um real significado
E mais do que a pedra
Mais do que os sons, imagens
Será esse o nosso mais válido legado…