Não sentimos nada…

Quando sentimos a indiferença

Perante o que não deve ser ignorado

Quando uma voz que pede para ser ouvida

Vê e sente

Que até o seu eco

Tende a ser silenciado…

Quando se inventam valores

E dizem que são também os nossos

E de todas as formas tal nos querem impor

E nada sentimos

Deixamos de sentir

Até mesmo qualquer tipo de dor…

A dor por ver que as modernas democracias

As modernas sociedades

São muitas vezes demasiado iguais

Ás que ousam criticar

Só porque as pessoas são eleitas por estes lados

A indiferença perante o essencial

Temos que tolerar…

Não sentimos nada quando sabemos que o jogo está viciado

Quando a socialização

Destes dias

É apenas uma forma bela

De chamar outros nomes à solidão…

E nada sentimos

Perante esta louca arbitrariedade dos sentidos

Em que o que interessa é o que parece ser

E não o que é de facto

Quando o cinismo

E a frieza dos números

Tomou o lugar das ideologias

Tornou pecaminosa a discussão de ideias

Porque o que interessa no final de tudo isto

É uma perigosa unanimidade

E por isso eu nada sinto

Sinto apenas que tudo isto

Pode ser muita coisa

Mas não é de certeza a verdade

Aquela em que olho para ti

E sei que estarás sempre comigo

E eu contigo

Independentemente do que pensam de ti

Desde que eu penso o que sinto

Serei sempre teu Amigo…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 13/08/2012
Código do texto: T3827981
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