MEDO...

Que a tua pele

Tal como a cera de uma vela

Se derreta

E me escorra entre os dedos

E me queime com tal

Rasgando as minhas defesas

E revelando o meu segredo…

Aquele de achar que a pele

É fina como papel

Que basta apenas o instrumento errado para a cortar

Como aquela palavra dita para nos unir

Mas que nos fez separar…

De utilizar a ternura como uma faca de dois gumes

Que serve para penetrar e quebrar as tuas ausências

Mas serve para magoar

Quando a distância em ti

Por vezes é uma forma de resistência…

Resistir ao que sou no teu cerne

Resistir ao temor que me torne maior

De uma tal forma

De uma tal maneira

Que acordes um dia

E descubras de forma inesperada

Que não podes passar

Não podes viver

Sem a minha presença

Ou sem a sombra do meu ser

Que tanto te alegra

Como a espaços te faz doer

E assim temos o Medo comum

De nesta dualidade dos sentidos

Nos irmos perder

Temos medo

De confundir a noite

Com o amanhecer…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 01/08/2012
Código do texto: T3807932
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