MEDO...
Que a tua pele
Tal como a cera de uma vela
Se derreta
E me escorra entre os dedos
E me queime com tal
Rasgando as minhas defesas
E revelando o meu segredo…
Aquele de achar que a pele
É fina como papel
Que basta apenas o instrumento errado para a cortar
Como aquela palavra dita para nos unir
Mas que nos fez separar…
De utilizar a ternura como uma faca de dois gumes
Que serve para penetrar e quebrar as tuas ausências
Mas serve para magoar
Quando a distância em ti
Por vezes é uma forma de resistência…
Resistir ao que sou no teu cerne
Resistir ao temor que me torne maior
De uma tal forma
De uma tal maneira
Que acordes um dia
E descubras de forma inesperada
Que não podes passar
Não podes viver
Sem a minha presença
Ou sem a sombra do meu ser
Que tanto te alegra
Como a espaços te faz doer
E assim temos o Medo comum
De nesta dualidade dos sentidos
Nos irmos perder
Temos medo
De confundir a noite
Com o amanhecer…