Da Fraternidade...
amo-te
e não há como não amar-te
mas um amor tranquilo
quase do céu
mas nem somos anjos!
um amor sublimado
que dispensa o toque
que dispensa o beijo
um amor amigo
que cabe num abraço
apertado
verdadeiro
demorado
um amor de certezas
de contarmos sempre
mesmo de longe
um com o outro
um amor que basta o norte
de sabermos onde se está
de confiar-se tudo
e não querer-se nada mais
não mais
nada importa mais
um amor que nasceu
ao descermos do trem
do nosso trem
apressados e atropelados
imaturos e equivocados
um amor de calmaria - hoje
que nos unirá até mesmo
depois de todo o fim
um amor que mistura-nos
na carne e alma
dos nossos filhos
e como poderia eu
não amar-te
se resides nos amores meus - filhos nossos?!
um amor que vestiu-se
de perdão e leveza
um amor de cabelos brancos
e vestes de respeito
e bordados de ternura
reconstruido
na desimportância das coisas
coisinhas de outrora
um amor de Deus
amor que nos une
nos laços eternos
dos nossos filhos
Deus não enganaria-se
eles vieram de ti
eles vieram de mim
e te amarei assim
sem abandono
até para lá do fim.
Karla Mello
25 de Julho de 2012