INCÓGNITAS
INCÓGNITAS
Às vezes, crescemos apenas por fora,
Enquanto por dentro nos tornamos mistérios,
Outras vezes, vivemos à espera da hora
Em que podemos voar sem delírios mais sérios...
Às vezes, mudamos a(penas) por fora,
Enquanto por dentro restam iguais os segredos,
Escondidos nos mares, memórias e medos,
Entre olhares e sonhos que não vão embora...
E, assim, o que somos nem sempre sabemos,
Somos adultos infantis ou crianças precoces ?
Somos sombras de dúvidas que partem, velozes,
Entre silêncios e vozes de devaneios pequenos ?
Ah, quiséramos ser apenas risos sem freios,
Sem meios e ardis de máscaras tão repetidas,
Pudéramos ser, ao limiar dessas vidas,
Humanamente profundos em nossos mil devaneios...
Mas será que crescemos apenas por fora ?
Ou, por dentro, existirão eternas crianças,
Brincando entre incógnitas que o tempo ignora,
Entre o vento e a alma, dançando em lembranças ?
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