SEM RIMA 126.- ... renúncia de amor? ...
Escrevia, concisa e intensa, Poeta Galega breve poema de título "Pois como foi certo que te amei...":
Renunciei a ti: renunciei a mim, mestre.
Era texto enviado ao "Recanto das Letras" em 27/06/2009 (Código do texto: T1670578).
Hoje, quase três anos depois tento replicar:
Pode a vida consistir
em renúncia trás renúncia?
Pode a pessoa renunciar
ao próprio ser pessoa?
Mau mestre será quem ordene
ou mesmo permita
que a discípula renuncie ao seu Eu
Nem o mestre, inclusivamente amado,
goza do direito às renúncias
das pessoas por ele orientadas...
................ Mas, se bem entendo,
achamo-nos nos âmbitos fingidos
da literatura extrema,
da concisão literária agudizada:
Será certo que não a Poeta, mas a mulher,
carne e sentimentos femininos,
renuncie por vocação de mestre?
Sei que há fingimentos muito mais dolorosos
do que a realidade crua, mas sempre ornada
por disfarces de ouro falso e falsos brilhos...
E se não forem fingidas
as dores do amor
certo e recusado?