Equívoco de amor
O que fazer para dizer o que não queremos?
O que fazer para não ser o que despertamos?
O que fazer para saber como falarmos?
Para que alguém não sofra
Ou pelo menos não esboce a menor decepção
Ou ainda que mantenha calmo o coração
Como falar que a distância tem outras versões
Que não apenas as físicas a separar corações
Que transporíamos fácil, caso fosse única obstrução
Mas há muito mais delas a considerar
Há um inimaginável mar, um vazio,
um vácuo sem chance de se cruzar
...Há outro interesse do coração
Bem mais sólido e cristalino que preservar
Um destino junto a compartilhar
Mil nuances, mil raízes, mil motivos
E entre tantos, o de um velho amor
Que não é absoluto tal que abro sempre
Tenho meu coração para o ser vivente
Meio que reticente, mas que vez por outra
Escapo inadequadamente em algo mais caliente
Por isso me constrange, calma e simplesmente
Recuar em nome do que me é caro
Mesmo sendo fato raro pedir perdão... Humildemente.