“ MENINA PAPELÃO “
De tanto ver as meninas papelão
Meu coração se sentiu muito triste,
Pois a cada dia na Escola Henrique Coutinho,
As meninas papelão chegavam para
Mais um dia de estudo, isto quando
Não estavam sentadas no meio
Do morro com os papelões nas mãos.
Tudo que elas viam achavam graça,
Tinha cada historia para contar,
Falava de festas, São João,
Casamento do Jeca, Barraca do Amor,
Elas ficavam ali todas sorridentes,
Fazendo os enfeites para abrilhantar
A festa de logo mais a noite.
Por onde elas andavam achavam tudo
Muito engraçado e o que viam pegavam.
Uma trazia consigo uma toalha,
Outra uma boneca de papelão,
A outra um sabão na Mão para
Poder imaginar que estava dando
Banho na boneca de pano,
Pensando que aquilo era uma criança.
Conversando elas diziam que queriam
Ganhar uma nova boneca para dar banho
Só no próximo verão, pois quando colocaram
A boneca dentro da água bem devagar,
Ela simplesmente desmanchou,
Porque ela era feita de papelão
E as meninas se colocaram a chorar
Pois viram que o sonho delas
Tinham acabado naquele simples banho.
Marcus Rios
Poeta Iunense – Acadêmico –
Academia de Letras de Iúna
Embaixador da Paz
Poeta Del Mundo