Conversa No Bar Do Skinner

Para onde vai esse mundo de

Pessoas usando tecnologia

Moderna com a mesma mente

E mentalidade regressiva mais

Apropriada a uma cultura da

Idade da Pedra? Escrevo para

Ter um lugar onde me inserir

Na grande cultura paleolítica

Da Idade Moderna. Dizer-me

Quanto difícil estar a um só

Tempo em nichos históricos

Tão diversos. Um passo sobre

Túmulos ancestrais no deserto

Da necrópole entretenimentos

Meu outro pé caminha sobre

Os horrores desse filme de

Terror que é a realidade da

Cidade hodierna e de sua

Diária violência. Quero ler

Um livro, ninguém escreveu

Senão eu, quem mais, quem

Poderia tê-lo escrito? Todos

Estão produzidos ocupados

Em ser atores da realidade

Que os atrai e satisfaz com

A dramatização paga pelos

Salários nos trabalhos e

Empregos. A carteira assim

Assinada garante mais uma

Noitada no bar do Skinner.

Os compositores da necrópole

Parecem perdidos dentro do

Círculo de giz caucasiano. A

Mãe dos cantores guarda na

Arca seus genes entre traças

Ancestrais no mundo global

Dos moribundos com suas

Canções com rimas que não

Rimam mais. Preciso criar

Nem que seja sozinho, uma

Poesia que não seja produto

Dessa magia nesse cenário

Iluminista, iluminado pela

Política dos hititas do colar

Colarinho branco da pós-

Modernidade. “Quantum”

De energia eletromagnética

Salta de uns corpos mortos

Para outros em busca de

Uma resposta inexistente.

Essa cabala embala uma

Violência ancestral. Ouço

Alguém morder os próprios

Dentes. Para mim fica

Patente a patologia inerente

A esse código genético. Esse

DNA impregnado. Ancestrais

Fazem valer o arquétipo

Demens. Os sais das múmias

Anciãs saem pela pele no suor

Do diadia. Na igreja o pastor

MacKenzie ameaça castigos

Vindos do livro do Apocalipse.

O dono do bar Skinner chega

Perto para me dizer, senta na

Mesa como se fosse amigo

E segreda em meu ouvido:

“Compreender-se e com isso

Deixar para trás versões

Obsoletas de si mesmo: Não

Há propósito mais digno

Para a vida”. Eu, defensivo,

Tenho vontade de dizer: Não

Ouvi nada, cara, essa música

Está muito alta e na Babel

Dessas falas nada mais se

Faz valer.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 06/04/2012
Reeditado em 14/04/2012
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