BRIGAS E PERDÕES
Nos desmazelos não tive nenhuma culpa.
Tive apenas o infortúnio de ser diferente
Por ver tudo em redor através de uma lupa,
Arrumando, por vezes confusão inerente.
Se se chateastes comigo pela franqueza
Arraigada em minha alma impura,
Peço-te perdão pela súbita fraqueza
Com que me intento em minha amargura.
Só quero que não se deixes levar assim
Por uma bobagem sem importância.
Entenda-me como se estivesses em mim
E não se importes com a minha ignorância.
O amor prevalece em meu tosco coração
Pelos nobres amigos que eu cultivo.
E tu, minha querida, és o grande brasão
Que em minha vida sempre revivo.
Se quiseres não perdoar minha falha,
Mereço todo o peso deste castigo
Ainda que seja cortado a fio de navalha,
Mesmo assim, continuo teu amigo.