ALGUMA LUZ

ALGUMA LUZ

por Juliana S. Valis

Não faça da luz uma coisa abandonada,

Não faça, de fato, diz o tempo,

O que fazer, então, de um sentimento

Que não consegue se animar na estrada ?

Tampouco abandone fatos entre o nada,

Não os abandone no compasso lento,

Assim canta e sussurra o vento,

Mas o que fazer quando a mente está congestionada ?

Talvez bater à porta de uma razão que importa,

Uma explicação que desafie todos os sentidos,

Uma equação que apenas a alma exorta,

Além de números pouco esclarecidos...

Eu sei, esse mundo costuma fazer da alma uma “res derelicta”,

Um fluido etéreo entre corpos “descartáveis”,

Mas o que nos torna mais ou menos vulneráveis

É como sentimos toda experiência que na vida habita!

E quando, enfim, surgir a luz num salto

De paraquedas pela vastidão do tempo,

Você verá que o corpo é tão incauto

Quanto o arrepio que a alma traz no vento...

Por isso, espero luz na consciência na vida,

Quero algo que transcenda o tempo e as estrelas,

Entre planetas e emoções, ao vê-las,

No espaço cósmico de uma despedida.

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