A vida é um barco, mas o leme é teu!
Por mais que queiras te entregar à vida
Ou permitir que o teu coração
Siga te impondo a contramão...
Ou persistas dando à dor tanta guarida,
Lembra que o rumo é teu!...
(Verdade crua!)
E podes optar por tanto breu
Ou corrigir a rota: a escolha é tua!
De nada adianta, pois, buscar o escuro
De tua alma.
Nem é fazer-te rijo como um muro
O que traz calma!...
Por mais que teimes em calar teu canto
Pra dar-te o tempo pra secar teu pranto...
Lembra que o leme é teu
E a estrada é tua!
E só tu podes reviver Perseu
Ou misturar-te ao pó que cobre a rua!
Podes seguir negando a tua vida
Ou recusares mesmo a ver-lhe as cores...
O risco é não curar essas tuas dores
E ver cristalizada a tua ferida!
Portanto vive! Ama! Segue forte!
Se precisares, tens um ombro amigo!...
Busca teu norte
Qu’ele é teu abrigo,
Pois tua sorte, amigo, é a tua paz...
E o passaporte... és tu mesmo quem faz!
Se há uma coisa que é pior que a morte
Isso é trazê-la para a alma, em vida!
E lhe entregar, destarte, a tua sorte.
Assume, pois, amigo, esse teu leme,
Por grande ainda que seja a ferida...
Inda que sintas que no peito geme
A dor que um dia nele se alojou...
Deves ser sempre aquele que se importe,
Já qu’ela apóia a quem antes se amou!
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