Aqui na casa onde moro
E adoro...
Habitam antigas mangueiras,
Forradas de frutos.
O aroma é o melhor do mundo!
O gosto é de inocentes e puras brincadeiras...
As mangas caem, agora, no verão,
Adornando o chão.
Não consigo deixá-las no solo.
Elas me olham pedindo colo...
Recolho-as,
Lavo-as,
Distribuo para o maior número de pessoas possível.
Crianças passam e me pedem pra deixa-las pegar.
Permito, claro, sem nem pensar...
Até porque, as árvores pertencem ao planeta.
A posse humana é uma deselegante ilusão,
Uma projeção sofrível,
Com consequências, que desaguam em solidão!
Umas das poucas incontestáveis certezas!
Considero-me, afortunado,
Por ter sido agraciado
Com a oportunidade de morar,
Nesse cinematográfico lugar...
Escolhi aqui, exatamente pelas árvores gigantescas,
Que deixam a área, com ares de pitoresca!
Os frutos precisam ser compartilhados.
Incomoda-me vê-los apodrecidos,
Por não terem sido colhidos
E, merecidamente, apreciados.
As mangas são pequenas,
Entretanto, a doçura é uma surpresa!
Existe mais um dado ótimo,
Não têm agrotóxicos.
Colher a fruta do pé,
Aqui em Itacaré,
Dentro do quintal onde habito!!!
É-me inconcebível ocultar o sorriso...
É muito além do que sonhei,
Do que, minuciosamente, desenhei
No plano mental!
A sensação é excepcional!
Um misto de enlevo agradecido,
Com dever adquirido.
Sinto-me na obrigação de me suavizar,
De, incessantemente, me sensibilizar.
Esse lugar,
Com sua beleza peculiar,
Espetacular,
Está me ajudando a me escalar,
Para me sutilizar...
Vídeo indicado
Lenine
"Todos os Caminhos"
http://www.youtube.com/watch?v=_I17I6mRgec&feature=g-vrec&context=G2bb129fRVAAAAAAAADQ
Presente para minha amiga
Eliane Righetto