Poesia de marinheiro...
[O mar vai falar-te de mim…] Mirah
Ao meu amigo marinheiro
digam-lhe que estou bem;
só não tenho é coragem
para escrever.
Digam-lhe que eu
o espero
todas as manhãs
na orla,
bem cedinho...
Onde devagarinho
chegam barcos carregados de céu,
deixando rastros
de estrelas-do-mar.
Digam ao meu amigo
que as ondas
que ele me mandou
quentinhas,
sempre
sussurram baixinho...
bem baixinho.
Digam ao marinheiro,
aquele meu amigo duma figa,
que sumiu pelo mundo
em seu barco sem memória,
que embora,
muito,
mas muito embora mesmo,
ainda sinto
seu perfume
de maresia.
Mas ele
nunca volta.
E eu sinto saudades
de ter meu amigo.