Marcos das Naves
Cedo teve coragem.
Rompeu tudo,
deixou no ar
essência de anjo.
Simpatia.
Anjo de coragem
e eu de covardia.
Sempre em minhas lembranças:
dedo apontado,
dizendo ao mundo:
-chupa!
Brincadeira com todos.
(Freud explica
ou Sigmund complica).
Foi embora como 1973
também se foi.
...diluiu-se no tempo...
Permaneceu memória
(vive-se de memória
ou na memória se vive?).
Abrindo tuas asas
colocou em risco
tua humanidade.
Tiraram-lhe a vida,
Invejando tua liberdade.
Descanse em paz
(ou volte em outras vidas
se isto possível for).
Corajoso fostes!
Eu ainda continuo.
Tu és liberto
e eu escravo.
Tu fostes embora nesta louca
Nave.
L.L. Bcena, 15/08/2000
POEMA 702 – CADERNO DOS ANJOS.