ZELISA CAMARGO A AMAZONA BRANCA DA PAZ

Para a grande amiga Zelisa Camargo...A voz rouca das minorias...

AMAZONA BRANCA DA PAZ

Jorge Linhaça

Arandú, 23/05/2005

Cavalga amazona, cavalga sempre

Cavalga em tuas doces fantasias

Cavalga com espírito livre e eloqüente

Sem dar voz às pobres ironias

Não importa o que teu corpo não comporta

Tua alma, essa não comporta o desalento

Cavalgas pela poesia, tua única porta

Para nos fazer viajar em doces encantamentos

A androgenia, pelos preconceitos combatida

De quem não sabe que poeta não tem sexo

Que o poeta é ser multifacetado na vida

Que se entrega de alma a um ato complexo

O Erotismo dos poetas é a prova da fantasia

De idealizados atos de puro amor carnal

Pois o poeta é antes de tudo um arauto da utopia

E nos seus versos se eleva acima do bem ou mal

Cavalga amazona, cavalga com primazia

Seja a cavalgada sobre falos incandescentes

Ou o cavalgar pelas serenas pradarias

Uiva sempre, mulher loba a cantar o cio

Águia a voar sobre as correntes de ar quente

Incólume as criticas do pobre vozerio

Cavalga Amazona querida, nos teus versos cheios de vida

Pelos campos da poesia, tua única porta para o universo

Galopa nas concordâncias dos sentimentos sentida

Faz de tua única arma para contestar, o teu verso

Canto xamânico ou coro de anjos

Canções de bordéis ou ciganas cantigas

O que importa é entoares teu canto

Não te importando com falsas intrigas

Canta as prostitutas da nada fácil vida

Canta as mazelas de uma gente sofrida

Ignorada pela vitoriana hipocrisia

Canta do amanhecer ao raiar do novo dia

Canta a vida dos presídios superlotados

Cavalga pelas emoções encadeadas

Galopa livre pelos sentimentos liberados

De quem sabe que o nada é tudo e o tudo é nada

Voa pelas nuvens acima da mediocridade

Dos que acham que o vida é só fantasia

Que se importam mais com sua insanidade

Sem nunca saber o que é barriga vazia

Deixa sempre o teu grito de paz

Ecoar pelos cantos desta terra

Faz da tua arma o verso loquaz

De quem conhece o esplendor das primaveras

Canta os outonos e invernos da alma

Os verões dos corpos nus e ardentes

Canta tudo que tua emoção espalma

Jamais te tornes um arauto silente

Deixa-nos viajar em tuas doces cavalgadas

e de quem escolheu a poesia por estrada

Que se danem os falsos críticos de plantão

Pois esse teu cavalgar, é nossa pura emoção