Acordo encerrado
Não vou dizer adeus
Não há motivos para tanto
Já cheguei ao meu limite
A partir daqui, já não posso avançar.
É melhor deixar a vida correr
Tomar seu caminho
Já não pertenço às velhas conversas
Às velhas partidas de bilhar
Às velhas canções
Àquelas tardes de domingo,
regadas a coca-cola e rock ‘n roll.
Já parti.
Talvez muito antes da partida, mas já parti.
Nem sei mais fazer aquelas piadas
Estou muito longe de que era e ainda mais longe de quem sou
Eu meio que me perdi no meio do cansaço e preciso me achar com urgência.
Nem tenho mais acesso àquela que fui.
Acho que a deixei com vocês
E, por favor, não a devolvam.
É melhor assim.
Muitas vezes a vida precisa de arquivamento.
Tranquem aquela menina numa lembrança bonita
E me deixem partir sem ela.
Não posso levá-la,
Infelizmente ela me pesa demais.
Todas as dúvidas, convicções, irresponsabilidades, mágoas e lembranças que ela carrega...
É um fardo sobre os ombros, que já me dói sustentar.
Olhem pra mim, meus amigos...Estou exausta!
Encerrei meu acordo com ela
Já não nos precisamos
Sou grata a tudo,
Mas é preciso deixá-la para trás.
Desculpem-me, meus amigos, mas já não temos nada em comum.
Será preciso deixá-los também.
Com pesar, sim, mas é preciso.
É necessário seguir o curso do rio
‘’Navegar é preciso.’’
E como bem sabem, sempre estive de partida.
Venceu nosso tempo
Já não nos pertencemos
Já não compartilhamos as mesmas questões
É como se estivéssemos em dimensões diferentes
Já não nos enxergamos como antes.
Nos vemos, mas não identificamos como algo conhecido.
Talvez todo amor tenha mesmo um fim.
Tenha um ponto final que finalmente o justifique.
Perdoem-me, mas só me resta pingá-lo no fim da nossa história
E separar de vez nossos caminhos.