Veiga Alabarse
Pulsa meu coração descompassado
Como minha voz que se altera em todos os tons
Dos mais suaves aos mais graves
Como rege a liberdade jovem à minha boca
Meus ouvidos livres; minha boca, grade.
Mas como se cresce tão rápido?
Rápido como o que nos engrandece e sustenta
Quem com rapidez tem a delicadeza
Digna de uma coisa lenta
Como é que se amam hoje em dia?
Sei que não é tão fácil saber o que se tem
E nem o que se pode ter
Ter quem te faz cair na real
Ter quem desvenda o sentimento pra você
Ela é quem chora e sorri!
Julliana nas alturas de onde mal se vê
A minha idade avançada e postiça
Como o sentido que todos temos de justiça
Real é a grandeza que deveríamos ter
Imitar o que é bom: o que vem de você.
Julliana em segunda e terceira pessoa
Fala de Julliana para Julliana
Mas tão próximo nos é a segunda...
Segunda pessoa? Segunda-feira?
Todos os seus dias são de saudade:
Pois enquanto você existir
Haveremos de querer e ver
E se nos privam de tal sonho bom
Quereremos, por nós, resolver
Com as próprias mãos buscar justiça...
Julliana, não temos a tua capacidade de perdoar.
A mesma de quem não suporta desculpas
Apenas recebe e manda deixar pra lá
Agüenta-nos o choro
E num instante nos faz gargalhar!