Menos do que Humanos…

Somos iguais

Mas somos também

A quem menos chamam

E a quem nós próprios chamamos

Sangue do mesmo sangue

Lágrimas da mesma lágrima

Ou simplesmente

Menos do que Humanos…

Estamos no centro

Mas o nosso lugar é nos interstícios da humanidade

O amor que sentimos

O que desejamos

Tem imensos nomes

Os mesmos de toda a gente

Mas todos chamam a isso de forma errada

Saudade…

Errada porque vivemos no presente

E com olhos no futuro

Porque é o inverso da saudade

O que sentimos

É algo que nunca foi inventado por qualquer palavra

Ou mesmo qualquer expressão

E por isso

Apesar de bem nítido

O que sentimos está condenado

A uma eterna incompreensão…

E afinal

Não é nada de diferente

Nada de especial

Algo de até banal

Achar que o Todo é composto de amor

Achar que o que está a mais é excedentário

Achar que os olhares que não entendem tal

Deveriam ser postos de lado

É uma capacidade eterna de transformação

De transformar a dor

Em algo de luminoso

Não é evitar

Ou não querer ver o sofrimento

É apenas e tão somente

A tal dedicar o mínimo dos mínimos

Do nosso precioso tempo

Porque sabemos bem demais

Quem amamos

Ou simplesmente estimamos

E esta clarividência tem um preço

O de nos considerarem

Menos do que Humanos…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 02/11/2011
Código do texto: T3313618
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