... amizade também não!

Imprudentemente recordei-me de seus olhos de amêndoas

Que momentaneamente saborizaram minha vida

A lembrança da folha de caderno

Que junto as das árvores foi levada pelo vento

E da gaivota no céu, planando como se o tempo fosse infinito.

Das varas em punho e seus anzóis arremessados

em direção as ondas sem nunca chegar ao horizonte,

que inatingível, observa o silêncio constrangedor que insistimos em interromper.

Mesmo quando timidamente seus braços aninhavam meu pobre coração

Somente restando o murmurinho das ondas

E o beijo suave da sua respiração

Assim como as cicatrizes que denunciam a futura virada do tempo

Neste doce e último momento

Uma energia invisível mostra que o final será igual:

Uma amizade para consolo

Um laço frio e chuvoso...

29/10/2011

Gizely Amorim
Enviado por Gizely Amorim em 02/11/2011
Reeditado em 11/11/2011
Código do texto: T3313112
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