Sabes…?

Que a eternidade se pode medir

Pela mistura de um lugar comum

Entre uma palavra e um inteiro ou parcial mundo

A eternidade pode andar à velocidade da luz

E por isso não chegar a durar um segundo…

Que a altura mágica

Muitas vezes não se encontra ao nascer

Ou ao ocaso de um sol no nosso horizonte

A altura mágica

É a nossa utopia

É continuar a acreditar em tudo

Quando tudo está a morrer…

Que as palavras foram criadas

Para serem ditas

Para serem gastas

E nunca jamais

Para dentro de nós

Ficarem oclusas

Ficarem guardadas…

O que te quero fizer

Mesmo quando não me apetece falar

Sabes que a altura é de mover

E não de parar

Que o tempo avança

E ninguém de facto o pode parar

Mas o tempo é nosso

Somos nós que o moldamos

Na esfera existencial na qual nos enquadramos

E assim ficaremos na memória

No tempo

Na sua foto de presença

Como alguém que matou

Que ficou calado

Ou como alguém que amou

Alguém que teve que partir

Mas ao mesmo tempo

Com quem estimava de facto por lá ficou…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 30/10/2011
Código do texto: T3307326
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