PSI

Quando a noite cai,

Lembro-me que são negros teus cabelos

E que são como chuva

No deserto árido de meus pensamentos.

Resulta difícil encarar-te

Os olhos absortos no infinito,

A visão que me torna o teu enfeite

Mais vil e menos bonito.

Em quanto tempo o Criador te fez

tão bela? És tu cristal eterno...

No mim mesmo meu sonho vagueia,

No meu íntimo sou sincero.

De repente, diante de ti,

Temo ser uma eterna ofensa

Que nada proporciona de bom,

Que não tem presença.

Todo o dito é parte do que penso

Talvez o meu falar... calar!

Ao teu incômodo não quero ser propenso

Mas tua lembrança

Para sempre irei guardar,

Enquanto o sol puder brilhar!