Diálogo com a Lua
Perguntou-me a Lua:
-O quê tu Procuras?
“Procuro o Amor Poeta como todo vate o faz.”
Indagou-me ainda:
-Como é este Amor?
“Ele é:
O amor amigo”;
O amor espelho”;
O amor sincero”;
O amor humano”
Amor sem interesse
Amor sem cobrança
Amor com vontade apenas de fazer poesia.
Retrucou-me o ser de prata:
-Um amor deste quilate é difícil!
Passo a noite a olhar a Terra
E poucos há
Que seja amigo-amor;
Que seja espelho-amor;
Que seja amigo sincero e humano.
Questionei então:
“Se são poucos, ainda há esperança: existem por aí....
Como reconhecê-los, então?”
...E a Lua deixando um rastro prata-citrino
saiu dizendo:
-É aquele que quando se ausenta sente e deixa saudade,
porque é
amigo-amigo;
amigo-espelho;
amigo sincero;
amigo humano...
e nada mais quer a não ser amar e produzir
vaticinidades,
amorisidades,
amenidades...
Este é o seu prazer
e não reproduzir aquilo
que o mundo já se encontra cheio.
L.L. Bcena, 20/04/2000
POEMA 452 – CADERNO: GUERRA DOS MUNDOS.