ESTRANHOS SÃO OS QUE NÃO AMAM

Estranhos são os que não amam.

Brilham uma estranha chama

de diesel e gasolina

riem das meninas

dos meninos riem também

não são anjos e nem sombras

ninguém

estende a mão

nem tocam sinos

nas procissões que vão para as montanhas

não procuram cavernas nem entranhas

são estranhos

parecem flores girassois

não suportam água e nem sol

estranhamente não cantam em bemol

seus lábios são presos a anzois.

São estranhos aos coléricos

aos que abusam

aos insanos céticos

e vivem sobre a superfície

como negras efígies.