GRILO FALANTE

O amor é assim mesmo quando verdadeiro

Não passa nunca, volta sempre

Que até a paixão desconhece o que sente

Ensimesmado

Passeio em brancas nuvens pelo céu plasmado

Esperando por chuvas de letras no branco papel

Minha musa sumiu da minha inspiração

Foi embora numa destas manhãs frias

Quer saber no sol de meu céu não falta cotovia

É a fada da minha primavera

Tantas flores beijando o chão

E um beijo meu roubou uma linda flor amarela

Algo não muda dentro de nós

E está no sangue

Por fora se vai adiante dos pós

Viva-se o tudo de maneira inesperada

Depois de vê-lo reencarnado diante do desespero

A sua paixão renasce noutro condenado

Sou teu prisioneiro

Tanto prazer tê-la comigo

Que sumo por dentro de teu umbigo....

Todo direito te é reservado

Até o grito abafado grita

E quando sai ele não te pertence mais...

A gente se recicla

Nada se perde na dor

Tudo se cicatriza no amor que dentro da gente fica

O amor como a flor

Passa por seus espinhos

O perfume na terra segue por sutis caminhos de dor

Na minha cabeça tem um grilo falante que entra pela fresta

Que não me deixa sozinho vou dar um tempo na floresta

Mas vejo que nas folhas das árvores todos os grilos me sorriem