Fé...
Caminho transversal
Obliquo
Que deveria ser a direito
Falta da linearidade fundamental
Que nos costumava guiar
Mergulho num labirinto sedutor
Onde tudo se mistura
Há uma plena fusão
Entre o prazer e a dor
Agirmos por instinto
Embora sintamos
E saibamos
Que isso está errado
Que o que dele resultar
Só pode ter um péssimo resultado
Viver mergulhados na dúvida
Sem termos de nada a certeza
Olharmos para o sol
Acharmos tal bonito
Não querendo
Ou não podendo
Reparar que ele não é luz
Somente mais uma sombra
Mais uma treva
E de repente
Dá-se a brutal percepção
Que esse canto de nada
Nada mais é do que a mais cruel prisão…
Nasce a vontade de partir
Mesmo que não saibamos o caminho
Nasce uma vontade de lutar
Mesmo que a luta esteja destinada a ser perdida
Nasce uma vontade de gritar
Mesmo sabendo que essa voz não será ouvida…
Mas mesmo sabendo tudo isto
Recusamo-nos a estar no chão
Teimamos em permanecer de pé
Pois mais vale morrer a lutar e honrado
Do que viver de cócoras ou ajoelhados, viver prostrados
Viver sem Fé…