MEU RAIO DE PLENITUDE

Para ti Susanita, para que sorrias…

MEU RAIO DE PLENITUDE

Que me recriminas os defeitos

E exaltas as virtudes

A tua pessoa

Ao belo alude

Mesmo quando presente

Tenho saudades tuas

Meu raio de plenitude

Na tua agridoce lógica

Da anti-razão

Trocamos afectos

Enviesados

Em linhas direitas

Pois é a psicologia da vida

O nosso principal objecto

Meu raio de plenitude

Capas Negras

Foram traçadas

O Mondego chorou e sorriu

Quando descobrimos simpatizarmos um com o outro

Numa queima de imensas fitas

Lágrimas deitadas ao rio

Meu raio de plenitude

Férias grandes

Uma grande discussão

Na praia comum

Surgiu qualquer coisa bela

E nasceu a cisão

Mas o tempo

O tempo…

Esse grande escultor

Fez com que voltássemos

De encontro um ao outro

Para trocarmos sorrisos

E partilharmos alguma dor

Depois…

Depois foste para longe

E eu deixei de te ver

Tornaste-te majestosa

A menina perdida

Fez-se mulher

Graças à saudade

E à tecnologia

Os sentimentos ficaram intactos

E aumentou a ternura

Pois nas alturas certas

Estás lá

Sendo ai

Que o “nós” perdura

És para mim

Algo difícil de definir

Professora severa

Mas colo quente

Por onde gosto

Quando lá calha ir

E na meiguice do teu olhar doce

E voz de rainha

Pessoa sábia

Sem ti

Por caminhos tortuosos

Por vezes o meu eu caminha

Mas tenho sempre

A suprema tentação

De te ver

Consultar

Para das grilhetas da mente

A minha alma se libertar

E tanta,

Tanta coisa mais

Com que podia preencher

Incontáveis versos

Tal é por ti

O tamanho

Do meu afecto:

Meu raio de plenitude