Para quando passar a Monção…
Trocam-se os tempos
Confundem-se os sentidos
Toda e qualquer coisa
Faz despoletar
Uma latente emoção
Resta-nos pois olhar o céu
E esperar uma época de pousio
Para quando passar a Monção…
Porque todos vivemos pelo menos uma vez na vida
No olho da tempestade
Embora haja quem passe uma vida inteira nisso
Numa permanente
E insaciável aceleração
Sem tempo para respirar
Suspirando então
Pelos tempos da impossibilidade…
Para quando passar a Monção…
Reparando então
Que o mesmo vento que alimenta as bandeiras do nosso orgulho
É o mesmo que alimenta as fogueiras
Que incineram os colheitas
Alimento do amanhã
Que poderia significar uma espécie de salvação
Contradição em cima de contradição
Tudo perde o sentido
Quando tudo deveria fazer sentido
Mas há um pensamento que salva tudo
Um bocado forçado
Como um certo tipo de cinema
Onde tudo acaba com um final feliz
Uma frase feita
Mais uma…:
Para quando passar a Monção…