Tenho medo…-Versão 2011-
De parar
Porque quando o fizer
Tenho um enorme medo
Do que possa ser
Naquilo que me possa transformar…
De deixar de crescer
Tenho medo da ausência de evolução
Receio a inércia
Um estado único
Inalterado
Temo um resultado final
Que seja para mim uma enorme desilusão…
De me deixar consumir
Pelos sonhos que o deixaram de ser
Na irrisão de um tempo
Que tudo leva
Tenho medo
Que nada me traga
Fico arrepiado
Pela perspectiva
De no lugar dos sonhos mortos
Não ficarem outros sonhos
Mas sim um vazio
Uma nova forma de existir
Tenho medo
De pelo medo me deixar consumir…
De deixar de amar
De deixar de sentir
De perder a Fé
De que novos dias ainda estão por vir
Tenho medo que o mutismo me ocupe o rosto
Me roube o sorriso
Tenho medo dos silêncios
Tenho medo da escuridão sensorial
Porque fiz da vida
E do seu total esplendor
O meu mais sagrado
E concreto Ideal
Tenho medo
De ficar sério
De me tornar banal
Tenho medo de envelhecer
De deixar de ser
Uma espécie de criança
Pela razão milenar
De que quando esta morre dentro de nós
Morre para sempre qualquer tipo de esperança…