Tenho medo…-Versão 2011-

De parar

Porque quando o fizer

Tenho um enorme medo

Do que possa ser

Naquilo que me possa transformar…

De deixar de crescer

Tenho medo da ausência de evolução

Receio a inércia

Um estado único

Inalterado

Temo um resultado final

Que seja para mim uma enorme desilusão…

De me deixar consumir

Pelos sonhos que o deixaram de ser

Na irrisão de um tempo

Que tudo leva

Tenho medo

Que nada me traga

Fico arrepiado

Pela perspectiva

De no lugar dos sonhos mortos

Não ficarem outros sonhos

Mas sim um vazio

Uma nova forma de existir

Tenho medo

De pelo medo me deixar consumir…

De deixar de amar

De deixar de sentir

De perder a Fé

De que novos dias ainda estão por vir

Tenho medo que o mutismo me ocupe o rosto

Me roube o sorriso

Tenho medo dos silêncios

Tenho medo da escuridão sensorial

Porque fiz da vida

E do seu total esplendor

O meu mais sagrado

E concreto Ideal

Tenho medo

De ficar sério

De me tornar banal

Tenho medo de envelhecer

De deixar de ser

Uma espécie de criança

Pela razão milenar

De que quando esta morre dentro de nós

Morre para sempre qualquer tipo de esperança…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 04/08/2011
Código do texto: T3139613
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