O Tempo das Nossas Vidas…
Olhando para além do espelho que se quebra a cada novo vislumbre dele
A cada nova recordação
Tento saber se esse tal Tempo de facto irá chegar
Ou já chegou
Se me vai surpreender
Ou será apenas mais uma desilusão…
Porque se ontem valeu realmente a pena
O hoje passa por ser uma mera transição
Em dias que se repetem
Até à exaustão
Se por isso nunca lhes darei o seu valor genuíno
O valor real
E não meramente fictício…
Mergulhado na doença
De uma espécie de saudade
Uma doença social
Que nos leva a pensar
Que o que ficou para trás
É que valeu a pena
E o que temos
É o que nos faz mal…
E assim
Sabendo deste pensamento recorrente
Tento tal contrariar
Bloqueando a mente
E quase nada nela ir buscar
Nada de recordações excedentárias
Que não me deixem nestes dias
Sentir
Ou meramente pensar…
Sendo por isso
E não por falta de um passado do qual me possa orgulhar
Que olho para o mesmo presente
E para um previsível futuro
Com um sinal de esperança
Por ventura exagerada
Por ventura incontida
Olho e sorriu com prazer
Ao pensar que nele residirá
O Tempo das Nossas Vidas…