Entendimento…
Sejamos claros
Sejamos assertivos
Ele não é fácil de alcançar
Nunca o é
Mas sei que ele se alcança
Quando olhas
Ou consegues olhar
Para além do excedentário
Do ruído da comunicação
Consegues ler o que tenho para te dizer
De uma forma objectiva
Bem clara
Fora de qualquer ilusão…
Mergulhado na realidade
Bem fora de certos sentidos
Que nos perturbam a lucidez
E dizem coisas erradas
Que nunca quisemos dizer
Mas que entendemos dessa forma
Porque dessa forma nos deu jeito perceber…
Ficando nós então em jogo
Satisfazendo-nos com tal
Obliterando
O fundamental
Que um jogo é sempre a dois
Nunca a sós
E em vez de tentarmos perceber
O outro lado
Acabamos afinal
Para a esse lado
Fazer mal…
Não percebendo
Que a vida é por demais linear
E que somos nós
E apenas nós
Que a costumamos baralhar
Enredados
Na teia das nossas memórias
Em certos fantasmas
Que nada são
Mas que demasiadas coisas
A real percepção
Tal atrapalha…
Teimando numa cegueira
Sensorial
E cultural
Que nos impede de ver
Que cada pessoa
É um caso muito particular
Que passa por ser suicídio social
Ou afectivo
No mesmo plano
Toda e qualquer pessoa enquadrar
Porque se cada pessoa
É de facto um caso bem particular
É a nossa medida errada
Que nos impede
Dessa pessoa alcançar
Nunca tendo pois a percepção
De onde veio o tal erro primário
De comunicação
De que uma conta é linear
De adicionar
E jamais de subtrair
E muito menos
De dividir
Não tendo a percepção
De que se por vezes
Saudamos alguém com um ramo de oliveira
Tal é dado à pessoa
No seu todo
E não somente ao seu coração
Não tendo a sensibilidade para perceber
Que em vez de somarmos
Estamos a fazer uma subtracção…