AMIGO
Maria Luiza Bonini
Amigo, ouça-me sempre, mesmo quando tudo silencia
Nos longos e sóbrios dias e nas noites mal dormidas
Nas alegrias ou vicissitudes inevitáveis desta vida
Nos meus lamentos, prosa ou em minha poesia
Amigo, esteja presente, quando a solidão se faz presente
Nas tristes manhãs em que não antevejo algum rumo
Ou nas madrugadas frias e solitárias em que não durmo
Pela agonia de viver na vã espera do que se faz ausente
Amigo, acalenta-me em minhas inevitáveis desditas
No desconforto da dor que insiste em causar ferimentos
Como intrusa agulha ferina a habitar meus pensamentos
Amigo, debruça-te em mim e chora a dor que em ti habita
Faça com que eu seja o teu mais terno e doce alimento
Para juntos, caminharmos pela vida, neste uno sacramento
São Paulo/Brasil
20.julho.2011