LÁ VAI O MENINO
O MENINO
Olha!
Já vem o trem na estrada de ferro, levará o menino.
Ele espera... Segura numa das mãos a velha mala
de seus pais e um brinquedo favorito: inanimado,
de pelúcia amado, desgastado pelo tempo.
Aperta o sorriso para economizar encantamento. O largo
do caminho olha vagamente. Depois de acomodado na condução,
desligado e atento, sentirá por horas meu afeto no abraço que demos.
Lá vai ele para o mundo, que vai encontrar?
Serras que ondulam estrias na terra antiga? Não... Não vai para Minas.
Segui o caminho do rios e vai dar com o mar, os barcos, as velas.
Ele diz pra mim, na partida: vem comigo, tem espaço perto de mim!
E vou, junto. Mal sabe ele... Imagino e registro seu encontro
com raízes, destino, e flores da sua história. Nesse ponto,
do caminho fatigado, da amizade encantado, espero seu retorno.
Vai o menino, virá o Menino.
Antônio B.