De herói a poeta.

Eis que me encontro aqui tentando lembrar de teu sorriso.

Pois, que com o tempo tudo se apaga.

Mas, eu ainda lembro de como erámos amigos na época da infância.

Duas crianças inocentes tentando drilhar a dor da miséria e a carência de sentimento.

Duas crianças de pés descalços correndo contra o vento da dor e da injustiça.

Sonhamos tantos sonhos juntos.

Eu queria ser um flashmam e você o jaspion.

Você era o Jiraya e eu o Lyonmam.

Nós perdíamos horas na frente daquele aparelho preto e branco, sonhando com uma vida mais branda: uma vida menos dura.

No fundo só queríamos ser felizes.

E então nos refugiamos na fantasia.

Mas, todo mundo cresce um dia.

E a gente cresceu.

Você foi por um lado e eu por outro.

E hoje só ficaram lembranças.

Nem mesmo lembro mais de todos sonhos que sonhamos juntos.

Mas, mesmo assim, eu sinto saudades de sonhar um sonho ímpossível.

Pois, ao crescer perdemos a capacidade de fantasiar.

E hoje mal tenho forças para sonhar.

E mal consigo me lembrar de como era o nosso sorriso.

Só sei que sinto saudades...

Saudades de nossos sonhos tolos.

Saudades de correr descalços sem nem mesmo saber se teria almoço ou jantar.

Saudades de correr solto como o vento.

Saudades de sonhar em ser um herói de olhinhos puxados.

Mas, hoje não sonho mais em ser um herói.

Sonho apenas em ser aquilo que não consigo deixar de ser: um poeta melancólico, que ainda sonha em encontrar o amor da sua vida.

Pois, que hoje não sonho mais.

Apenas espero ter um dia minha poesia reconhecida.

Nada de heróis.

Nada de fantasia.

Só quero um amor de verdade para minha vida.

Marcos Welber
Enviado por Marcos Welber em 23/06/2011
Código do texto: T3052240
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