Ode a Byron
Teus versos de amor são belos e serenos...Talvez um dia esta lady os possa declamar. Mas sobre este sentimento não posso nada falar, pois se nem o de Percy o pude suportar. Eu gosto mesmo é de versar sobre calabouços tétricos e escuros, com seus Prometeus acorrentados, que seus criadores malditos enjeitaram ao arrepio... das borrascas que navios fazem naufragar, lançando corpos em tormentosos oceanos. Amo contar sobre a loucura homicida da futura humanidade perdida... Oh! Deus, somente o senhor saberá! Adoro falar de alvas mãos, do desejo por um par de gemas verdes... Do corcel indômito que cavalga na brisa e velozmente enfrenta mil aventuras. Mas, não... Não falarei de amor, pois tal sentimento, tão belo e terno, sendo ele o mais cruel assassino de todos os séculos, nele eu já não creio. Assim, mylord, de forma humilde, decanto nesta tétrica ode, uma insana homenagem a esta inusitada amizade.
Da amiga Mary Shelley (texto recebido)