Uma nova (Velha…) Noção de Realidade…

A vida reveste-se de coisas de tal ordem incertas e subjectivas

Que pelo mesmo prima

O mesmo diapasão

É impossível as existências em termos globais olhar

Mas há coisas comuns

Que pela mesma visão

Temos mesmo que observar…

Porque o Norte é sempre o Norte

E o coração e alma

Estão em toda a gente no memo Lugar

E por isso podemos ser de factos diferentes

Mas certas e determinadas coisas

Acabam por serem fáceis de interpretar…

Sim

A diferença é uma marca de identidade

Mas a diferença

Se demasiado cultivada

Pode ser uma marca de exclusão

Quer seja genética

Cultural

Ou meramente ideológica

Se for extremada

De tudo

De todos

De uma forma implacável nos pode afastar…

E temos de perder de uma vez por todas

Essa mania

Esse vício

De nos olharmos como inacessíveis

Supremo

E final artificio

Sacrifício

Onde desculpamos as nossas falhas

As nossas incapacidades

Pelo acto falhado do mundo em nos ler

E olhar tal com assombrosa normalidade

E não como uma fatalidade

Que nos desculparia

Que absolveria

A nossa não comunicação

Uma culpa própria

Que queremos nos outros

Para descansarmos

Para não crescermos

Para morrermos

Para nos conformarmos

E termos assim

A tão desejada social e comportamental absolvição…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 06/06/2011
Código do texto: T3018219
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