Um Certo Quê de Eternidade…

O vento passa

Sem nele notarmos

Nunca iremos reparar

Pois é um vento a nós invisível

O vento

Que fazem as estrelas a comunicar…

Porque se sentíssemos esse vento

Teríamos a real noção da nossa mortalidade

Saberíamos que nada somos

E pouco fazemos aqui

A não ser

A nossa precariedade atenuar

Dando demasiada importância

A coisas

Que nos tendem a cegar…

Na relatividade brutal

De que a dor é subjectiva

Raras vezes passa por ser mortal…

Daríamos uma verdadeira dimensão a Tudo

Um concreto sentido

Não fazendo um drama

Se alguém

Não esta connosco

Não está contigo…

Sabendo

E sobretudo sentindo

Que o amor

O tacto

Acaba por ser tremendamente fútil

Porque quando a grande luz se apagar

Serão as atitudes

E algumas palavras que nos irão recordar…

Compreenderíamos

Que somos apenas mais uma raça

Uma raça

Entre as milhões do universo

Que existiram

Ou irão existir

Mas ignoramos tal

Porque no nosso sentido eterno de orfandade existencial

Teimamos em querer um local por onde ir

Obliterando o fundamental

Que o nosso lugar é aqui

Onde tudo acontece

Ou deve acontecer

Porque Eternos apenas são os Deuses

Eu acredito num

Mas sei

Que jamais o irei ver…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 31/05/2011
Código do texto: T3005804
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