Um Certo Quê de Eternidade…
O vento passa
Sem nele notarmos
Nunca iremos reparar
Pois é um vento a nós invisível
O vento
Que fazem as estrelas a comunicar…
Porque se sentíssemos esse vento
Teríamos a real noção da nossa mortalidade
Saberíamos que nada somos
E pouco fazemos aqui
A não ser
A nossa precariedade atenuar
Dando demasiada importância
A coisas
Que nos tendem a cegar…
Na relatividade brutal
De que a dor é subjectiva
Raras vezes passa por ser mortal…
Daríamos uma verdadeira dimensão a Tudo
Um concreto sentido
Não fazendo um drama
Se alguém
Não esta connosco
Não está contigo…
Sabendo
E sobretudo sentindo
Que o amor
O tacto
Acaba por ser tremendamente fútil
Porque quando a grande luz se apagar
Serão as atitudes
E algumas palavras que nos irão recordar…
Compreenderíamos
Que somos apenas mais uma raça
Uma raça
Entre as milhões do universo
Que existiram
Ou irão existir
Mas ignoramos tal
Porque no nosso sentido eterno de orfandade existencial
Teimamos em querer um local por onde ir
Obliterando o fundamental
Que o nosso lugar é aqui
Onde tudo acontece
Ou deve acontecer
Porque Eternos apenas são os Deuses
Eu acredito num
Mas sei
Que jamais o irei ver…