O PALÁCIO DE GELO COMEÇOU A DERRETER
A Ti, doce amiga Borboleta, porque hoje de certa forma me visitas-te e inundas-te os meus mundos com as tuas cores
O PALÁCIO DE GELO COMEÇOU A DERRETER
Porque abri a janela
E a borboleta entrou
Trazendo o seu calor
E o seu enorme ser e…
O palácio de gelo começou a derreter
O príncipe ainda é negro
Mas pela primeira vez em milénios
Um sorriso apareceu no seu rosto
Ao ver tão belo ser
Tão do seu gosto
Abriu pois todas as cortinas
Que cobriam as janelas
E deixou o sol entrar
Fazia chuva e frio
Mas foi tão bom
De novo respirar
Enquanto a borboleta
Lá ia passeando pela casa
Inundando tudo com o seu perfume
E ele sorriu mais uma vez
Como em tempos
A alegria em si
Era costume
E com ela do seu lado
Lhe mostrou
A sua réplica
Do Jardim Encantado
Mas não lhe deu a ver
Um secreto tesouro
Que por ali estava escondido
E que ele guardava e acumulava para ela
Para um certo e próximo dia
E que ia fazer na borboleta
Um parecido sorriso
A noite caiu então
E foi cada um para o seu lado
Ela
Para o original Jardim Encantado
E ele
Para o seu mundo
Que já não estava assim tão gelado
Nessa noite
Ele iria sonhar
Com mundos belos
Em que desejava lá morar
E com a sua pena mais viçosa
Começou a escrever
Palavras belas
Palavras de esperança
Para a borboleta
E para o mundo
Novo da boa aventurança
Que de uma vez por todas
Decidiu abraçar
Elegeu como deusa a Esperança
E a infinita
Capacidade de sonhar
Que nunca
Nunca mais iria abandonar
E até decidiu
Comprar aquecedores
Para o gelo derreter
Ficando no entanto
Sem local
Onde viver
Viveria pois na natureza
Tendo como cobertor as estrelas
E o animo de nunca mais se render
À escuridão
Sendo a magia
De uma borboleta
Que ele nunca mais
Quereria perder
Por ela
Por si
Pela vida
Iria mudar
E pela estrada que leva ao infinito
Continuar
Alegre
Ou lutando pela alegria
Sabendo que a borboleta
Seria sua companhia
E esse dia
Ficou para a história
De quem o pode ver
O dia bonito
Em que
O palácio de gelo começou a derreter