A Cadeira do Sonho…
Não fica em nenhum local especial
Não fica na montanha mais alta
Onde em noites sem tempo possa ver e amar livremente as estrelas
Não fica onde possa escrever e os meus fantasmas exorcizar
Ou escrever pelo simples prazer de sonhar…
Não fica ao pé do meu amor
Ao pé das minhas amizades
Ao pé de um belo mar
Onde possa ver o sol quente de mais um fim de tarde…
Não fica em algo que me dê prazer pelo prazer
Sem que me possa com tal preocupar
Longe das preocupações
De uma vida que nunca é fácil
Mas que por ser isso
Vida
À Eternidade Convida…
A Cadeira do Sonho
Afinal fica num local
Vulgar
Se quiserem banal
Aquele canto dentro ou fora de nós
Onde somos felizes
E fazemos felizes
Quem amamos
Com asas bem estendidas
Sem grilhetas
Sem qualquer tipo de amos…
Fica previsivelmente num palco
Onde narro mais uma história
Completado pelo suspiro da minha audiência
Pelo seu respirar
Através do qual
Se o souber escutar
Sei se o que digo
Dá prazer
Ou faz maçar
Ou então nos seus risos
E nunca em silêncios pesados
Sei que essa gente
Realmente está comigo
Sendo que no final
Contador e ouvintes se misturam
Para essa história
Juntos
Sempre
A poderem realmente partilhar…
Nota: em breve vou retomar a minha actividade de Contador de Histórias orais...o poema é sobre tal...contar histórias...