A Cadeira do Sonho…

Não fica em nenhum local especial

Não fica na montanha mais alta

Onde em noites sem tempo possa ver e amar livremente as estrelas

Não fica onde possa escrever e os meus fantasmas exorcizar

Ou escrever pelo simples prazer de sonhar…

Não fica ao pé do meu amor

Ao pé das minhas amizades

Ao pé de um belo mar

Onde possa ver o sol quente de mais um fim de tarde…

Não fica em algo que me dê prazer pelo prazer

Sem que me possa com tal preocupar

Longe das preocupações

De uma vida que nunca é fácil

Mas que por ser isso

Vida

À Eternidade Convida…

A Cadeira do Sonho

Afinal fica num local

Vulgar

Se quiserem banal

Aquele canto dentro ou fora de nós

Onde somos felizes

E fazemos felizes

Quem amamos

Com asas bem estendidas

Sem grilhetas

Sem qualquer tipo de amos…

Fica previsivelmente num palco

Onde narro mais uma história

Completado pelo suspiro da minha audiência

Pelo seu respirar

Através do qual

Se o souber escutar

Sei se o que digo

Dá prazer

Ou faz maçar

Ou então nos seus risos

E nunca em silêncios pesados

Sei que essa gente

Realmente está comigo

Sendo que no final

Contador e ouvintes se misturam

Para essa história

Juntos

Sempre

A poderem realmente partilhar…

Nota: em breve vou retomar a minha actividade de Contador de Histórias orais...o poema é sobre tal...contar histórias...

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 24/05/2011
Reeditado em 25/05/2011
Código do texto: T2990661
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