LEMBRA, AMIGO, QUANTOS SONHOS...
 
É, amigo, hoje te vejo mais magro,
Perdeste muito do que antes em teu corpo havia
Maldita doença esta... Né,  amigo?
Tirou-te o gozo da vida
Levando também aquele brilho
Que antes era uma característica toda tua
Lembra, amigo... Quantos sonhos dividíamos?
Quanta risada dávamos juntos?
E tu sempre teimoso, quando
Eu dizia... Rapaz, cuidado com essa tosse,
Vai devagar nesses cigarros
E tu sempre brincalhão respondias:
“Isto não é tosse, tô só em um processo de afinamento
Para a melhora de minha voz no cântico”
E dava aquele trago longo... Confesso, que haviam momentos,
Que até desejava fazer o mesmo, mas...
E continuava fumando e rindo.
Hoje, quase não falas, e tens a cor de pele amarelada
Respiras por máquinas
E... tens os dias contados!
Vou continuar vindo aqui, amigo... Mesmo que,
Aqui dentro do peito a dor seja grande
Pois vejo que aos poucos estás esvaindo-te como fumaça!
Irônico... Né, amigo? Irônico...
Como fumaça!!!
Ah!... Se tivesse uma maneira... 
Arrancava este câncer que está te matando!

...
 

 
Nasser Queiroga
Enviado por Nasser Queiroga em 12/05/2011
Reeditado em 10/06/2020
Código do texto: T2966402
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.