Inventa-me
Escreva-me
Para que eu seja a tua literatura.
Desenha-me
Para que em ti exista pintura.
Desvenda-me
Através das orquídeas
As quais solitárias
Chamam as borboletas.
Descubra-me
No simples vôo de um beija-flor
Inventa-me
Para ser o teu amor
Pois...
Escondo-me nos perfis das orquídeas
Que carentes
Murcham e caem nas sarjetas
Assim, sou anônimo;
Pseudônimo
Que a todos os jardins enfeita
E almejo ser descoberto
Por você coração sonhador...
Então inventa-me
Inventa-me para ser teu amor.
E serei teu intenso beija-flor
A mais límpida me nobre pintura
Tua orquídea singular em tom e cor
Tua borboleta
Beijando a sarjetas
Abrindo e fechando páginas
De infinita literatura.