O cachorrinho e os vira latas

Lá ia ele

Com seu rabo para o alto

E remando entre as pernas.

Fugindo dos maus olhares

E procurando os agradáveis

Ia fuçando aqui e ali.

Alguns olhavam para ele

Como que cobrando um pedigree,

Mas ele nem ligava.

Nunca pensou que não pensava

Nem se importou com nada que não fosse

Comer, abanar e dar aquela coçada.

Era apenas um cão.

O cão que sabia ser.

As pessoas o chamavam “sem raça”

E logo ele que nunca rejeitou

Carinho de nenhuma cor de mão,

Assim como nunca se soube

Vira latas.

Paulo Fernando Pinheiro
Enviado por Paulo Fernando Pinheiro em 26/04/2011
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