AMIGAS

Amigas, são elas maravilhosas,

Do meu seleto jardim fraternal

Quão valor, quão preciosas

São essas raras brisas outonal.

E no imo mais desmedido

Cujo o coração sem tamanho

Passa o tempo, não é esquecido,

Volta a ovelha ao seu rebanho.

Amigos repousam a cabeça no seio,

Mais que uma mulher que eu amei

Um dia ela esvai-se sem rodeio,

Mas amigos não vão, nem deixarei.

Eu te admiro muito, querida Cris,

Igualmente, querida Suelene,

Nossa amizade, o destino quis,

Nós temos um pacto solene.

E se espero, a aurora tarda,

Se o dia aguarda o sol preguiçoso,

O verde das árvores, ostensiva farda

É mais vívido e mimoso.

Assim a amizade sincera e pura

De três almas gêmeas, rumoreja,

Que não teme adversidade futura

Nem as más línguas da inveja.

Se deitados estamos unidos

À mesa, o comer mais satisfaz,

A saudade de estarmos sumidos,

O reencontro de novo nos traz .

Não queira, D´us, a separação

Pois verdadeiros amigos, na alvura,

Jamais, nunca esquecidos, ficarão,

Nem quando amantar fria a sepultura.

(JORÃO BENTO)

JO BENTO
Enviado por JO BENTO em 24/04/2011
Reeditado em 19/12/2012
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