Para cantar suave,
Há que se transpirar a delicadeza de uma ave!
Há que se inspirar nas tardes...
Nas fontes,
Nas pontes,
Nos laços,
Nos pequenos traços,
De tudo que arde!

É preciso ter vivido!
Ter entendido
Que existe sim, outro sentido,
Infinitamente mais bonito!
Outra possibilidade,
De lidar com a atualidade,
Sem danos ou estragos.
...Caindo os panos, brotam abraços...

Faz-se necessário ter estado
De todos os lados;
Ter tido algum contato,
Ainda que abstrato,
Com todos os sabores,
Para entender a riqueza,
A leveza
Dos fantásticos odores!

É fundamental ter conhecido,
A força do grito,
Seu juízo,
Seus ritos!
A sua específica pulsação,
Que desperta determinada reação:
A descarga,
Para outra recarga!

Acima de tudo:

É indispensável ter gostado,
Ter, realmente se apaixonado...
Ficado louco,
Rouco,
Atrapalhado, 
De tão fissurado!
Levitado,
De tanto ter amado!

Sem reservas,
Sem conservas!
Sem prazos
Sem cacos!
Sem dados,
Ou dardos!
Inteiro,
Como o sopro primeiro!

Há que se ter paralisado 
Completamente, estupefato,
Mediante um escandaloso amanhecer...
Aqueles, que deixam no ar, 
Uma necessidade subcutânea,
Absolutamente espontânea
De compartilhar!
De fazer uma declaração de amor pro VIVER!

Para cantar suave,
Há que se dissolverem todos os entraves,
Há que se buscar o mais íntimo.
Deixar-se levar por esse ritmo,
Que embala e acalma...
Onda morna e calma,
Chamando para a paz...
... Onde tudo é bem mais! 



Para minha amiga
Claudia de Paula Leal






Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=n-OVoNhkVKg&feature=related
Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 17/04/2011
Reeditado em 19/04/2011
Código do texto: T2913827